FITA Magazine
Artigo por Francisco Teles da Gama
Contos de Cantuária, de Geoffrey Chaucer, E-Primatur, Dezembro de 2021. [Fotografia: FITA]
A E-Primatur já nos tem habituado a traduzir para português grandes obras da História da Literatura. Esse trabalho é de uma importância sem limites no nosso panorama cultural. No final de 2021 esta editora foi mais além, ao publicar os Contos de Cantuária, da autoria de Geoffrey Chaucer, com a admirável adaptação para português do poeta Daniel Jonas.
O processo de verter a poética inglesa medieval para a nossa língua, sem nunca perder a rima e a mensagem, é um esforço hercúleo que não se encontra ao alcance de todos. É magnífico poder ler cada verso, entender a crítica social e o humor associado.
Contos de Cantuária, de Geoffrey Chaucer
Artigo por Francisco Teles da Gama
Contos de Cantuária, de Geoffrey Chaucer, E-Primatur, Dezembro de 2021. [Fotografia: FITA]
A E-Primatur já nos tem habituado a traduzir para português grandes obras da História da Literatura. Esse trabalho é de uma importância sem limites no nosso panorama cultural. No final de 2021 esta editora foi mais além, ao publicar os Contos de Cantuária, da autoria de Geoffrey Chaucer, com a admirável adaptação para português do poeta Daniel Jonas.
O processo de verter a poética inglesa medieval para a nossa língua, sem nunca perder a rima e a mensagem, é um esforço hercúleo que não se encontra ao alcance de todos. É magnífico poder ler cada verso, entender a crítica social e o humor associado.
Neste épico escrito entre 1387 e 1400 acompanhamos o percurso de trinta peregrinos rumo à Cantuária, para visitar o túmulo de São Thomas Becket, arcebispo de Cantuária que viveu entre 1128 e 1170. Logo no Prólogo Geral somos apresentados aos personagens e conhecemos as suas histórias de vida. Por exemplo, o estudante de Oxford gasta todo o dinheiro em livros, o frade adora cantar e tocar alaúde, o monge passa os dias a caçar e o cavaleiro já combateu por todo o Mar Mediterrânico. Um mestre-sala outorga-lhes a missão de contar histórias até alcançarem o seu destino, com o propósito de se entreterem. A melhor narrativa ganharia um sumptuoso banquete. Através desta troca de conhecimentos vivemos as referências e memórias dos vários peregrinos.
De certa maneira, recorda-nos o Ysengrimus, de Nivard de Gand, fábula de 1148 que antecede o Roman de Renart. No Romance da Raposa cada animal assume o papel de um quadrante da sociedade. O burro representa o clero, o leão é o rei, o lobo simboliza a nobreza feudal e a raposa a nobreza militar, que combate nas cruzadas. Chaucer afasta-se das fabulas e revela um discurso mais direto.
Esta é uma obra de extrema riqueza e que merece ser lida por todos. O leitor vai encontrar eco na sua experiência pessoal e sobretudo rir com a intemporalidade das palavras de Chaucer.
Contos de Cantuária, de Geoffrey Chaucer, E-Primatur, Dezembro de 2021. [Fotografia: FITA]
De certa maneira, recorda-nos o Ysengrimus, de Nivard de Gand, fábula de 1148 que antecede o Roman de Renart. No Romance da Raposa cada animal assume o papel de um quadrante da sociedade. O burro representa o clero, o leão é o rei, o lobo simboliza a nobreza feudal e a raposa a nobreza militar, que combate nas cruzadas. Chaucer afasta-se das fabulas e revela um discurso mais direto.
Esta é uma obra de extrema riqueza e que merece ser lida por todos. O leitor vai encontrar eco na sua experiência pessoal e sobretudo rir com a intemporalidade das palavras de Chaucer.
Contos de Cantuária, de Geoffrey Chaucer, E-Primatur, Dezembro de 2021. [Fotografia: FITA]