FITA Magazine
Artigo por Francisca Gigante
A Saga de Gösta Berling, de Selma Lagerlöf, Cavalo de Ferro, Penguin Random House Grupo Editorial, 3ª edição, Janeiro de 2024. [Fotografia: FITA]
Selma Lagerlöf é a primeira mulher a receber o Prémio Nobel da Literatura em 1909. Escolhemos a dedo este romance que data de 1891. A escritora sueca tem o nome inscrito nas montanhas de Värmland, na sua terra natal.
Junto às margens do rio Loven, ou Lainioälven, se quiserem ir à procura no Google Maps, encontramos o chamado “herói” deste épico. Não é uma mulher, mas um pária da sociedade, é um padre que a certa altura da sua vida foi sem abrigo. Gösta Berling é apresentado nas primeiras páginas como um padre audaz, no entanto, com bastante dificuldade em manter-se sóbrio. Desiste do sacerdócio de maneira a procurar a redenção fora da religião luterana.
Expulso pela sua própria comunidade, passou a lutar contra o frio e a fome nos montes e vales nórdicos. Não nos parece assim tão distante da realidade que vivemos. Certo dia, foi salvo. A salvação chegou primeiro pelas mãos de uma criança, depois pela Senhora de Ekeby para se tornar num pensionista na mansão dessa mesma família com propriedades mineiras.
A Saga de Gösta Berling, de Selma Lagerlöf
Artigo por Francisca Gigante
A Saga de Gösta Berling, de Selma Lagerlöf, Cavalo de Ferro, Penguin Random House Grupo Editorial, 3ª edição, Janeiro de 2024. [Fotografia: FITA]
Selma Lagerlöf é a primeira mulher a receber o Prémio Nobel da Literatura em 1909. Escolhemos a dedo este romance que data de 1891. A escritora sueca tem o nome inscrito nas montanhas de Värmland, na sua terra natal.
Junto às margens do rio Loven, ou Lainioälven, se quiserem ir à procura no Google Maps, encontramos o chamado “herói” deste épico. Não é uma mulher, mas um pária da sociedade, é um padre que a certa altura da sua vida foi sem abrigo. Gösta Berling é apresentado nas primeiras páginas como um padre audaz, no entanto, com bastante dificuldade em manter-se sóbrio. Desiste do sacerdócio de maneira a procurar a redenção fora da religião luterana.
Expulso pela sua própria comunidade, passou a lutar contra o frio e a fome nos montes e vales nórdicos. Não nos parece assim tão distante da realidade que vivemos. Certo dia, foi salvo. A salvação chegou primeiro pelas mãos de uma criança, depois pela Senhora de Ekeby para se tornar num pensionista na mansão dessa mesma família com propriedades mineiras.
Na mesma casa viviam pessoas, senhoras, cavalheiros, jogadores, antigos oficiais e até o Diabo disfarçado. Lemos com voracidade as histórias destes pensionistas tantas vezes apelidados de “mais velhos”. Condes e condessas de diversas nacionalidades reuniam-se como grupo divertido e brincalhão, nesta obra que se insere na corrente do realismo fantástico.
Folheamos os capítulos desta saga mágica, epopeia da vida campestre - se preferirem -, inspirada nos contos populares suecos. Lagerlöf tomou como objetivo principal relevar essas mesmas histórias passadas de geração em geração em forma de história. Na Saga, somos imediatamente transportados para as florestas pintalgadas de geada, onde os uivos de vento se fazem ouvir. As aventuras prometem cruzar épocas, personagens e lugares fantásticos. Fazem-nos pensar sobre as noções de bem e de mal, enquanto deambulamos pelos pensamentos do nosso herói.
Depois da publicação do livro em 1891, a história foi revelada a um maior número de pessoas através da realização de um filme “The Atonement of Gösta Berling,” dirigido por Mauritz Stiller, em 1924 - que projetou Greta Garbo de 19 anos - e uma ópera baseda no livro “I cavalieri di Ekebù,” (Os Cavalheiros de Ekeby) composta por Riccardo Zandonai, em 1925, que teve como primeiro palco o Teatro alla Scala em Milão.
Se forem investigar melhor, no verão de 1890, a revista Idun ofereceu um prémio, assim como a FITA Magazine fez em 2022, para o melhor romance que lhes chegasse às mãos. Selma Lagerlöf enviou alguns capítulos desta história e venceu. Foi esse feito, aliado à genialidade desta escritora, que nos levou a conhecer melhor este livro.
A Saga de Gösta Berling, de Selma Lagerlöf, Cavalo de Ferro, Penguin Random House Grupo Editorial, 3ª edição, Janeiro de 2024. [Fotografia: FITA]
Folheamos os capítulos desta saga mágica, epopeia da vida campestre - se preferirem -, inspirada nos contos populares suecos. Lagerlöf tomou como objetivo principal relevar essas mesmas histórias passadas de geração em geração em forma de história. Na Saga, somos imediatamente transportados para as florestas pintalgadas de geada, onde os uivos de vento se fazem ouvir. As aventuras prometem cruzar épocas, personagens e lugares fantásticos. Fazem-nos pensar sobre as noções de bem e de mal, enquanto deambulamos pelos pensamentos do nosso herói.
Depois da publicação do livro em 1891, a história foi revelada a um maior número de pessoas através da realização de um filme “The Atonement of Gösta Berling,” dirigido por Mauritz Stiller, em 1924 - que projetou Greta Garbo de 19 anos - e uma ópera baseda no livro “I cavalieri di Ekebù,” (Os Cavalheiros de Ekeby) composta por Riccardo Zandonai, em 1925, que teve como primeiro palco o Teatro alla Scala em Milão.
Se forem investigar melhor, no verão de 1890, a revista Idun ofereceu um prémio, assim como a FITA Magazine fez em 2022, para o melhor romance que lhes chegasse às mãos. Selma Lagerlöf enviou alguns capítulos desta história e venceu. Foi esse feito, aliado à genialidade desta escritora, que nos levou a conhecer melhor este livro.
A Saga de Gösta Berling, de Selma Lagerlöf, Cavalo de Ferro, Penguin Random House Grupo Editorial, 3ª edição, Janeiro de 2024. [Fotografia: FITA]